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Ana Clécia e o cordel com DNA de Zé do Rojão

Arapiraca, 30 de abril de 2023

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Escolher as palavras (escritas ou faladas) como modo de vida é das decisões mais corajosas que alguém pode tomar. Ainda mais nos tempos de hoje, onde a tecnologia e as "imagens do agora" dominam os lares e as mentes de quem tem acesso a serviços de streaming ou apps de mensagem. A concorrência chega a ser desleal. Mas ser cordelista era a missão da qual Ana Clécia, bisneta de Zé do Rojão (radialista, escritor e cantor, que morreu aos 75 anos, em 2013) não queria fugir. E não fugiu.


Escrever poemas com rimas que relatam personagens, estabelecimentos locais, e situações do dia a dia, fazem parte da produção da jovem de Arapiraca, ex-aluna do Quintela Cavalcante, e que desde criança se identificava com o poder das palavras. “Eu sempre amei a literatura alagoana e a literatura nordestina. Sempre escutei meu bisavô declamar as poesias e cantar as músicas... Então fui decorando (sempre fui uma menina espoleta e que decora as coisas com facilidade)”, disse.


O ponta pé para seu mergulho no cordel veio com um trabalho de escola. “Fiz esse trabalho e deixei para lá, não liguei para dom que eu tinha. O objetivo era só fazer a tarefa. Depois de um tempo estava conversando com minha professora Cícera Lopes e ela me tirou do anonimato. Foi quando dei minha primeira uma entrevista para TV e pude falar do meu trabalho”, contou.


Hoje, aos 21 anos, seu DNA literário vem sendo consolidado a cada evento que participa em Arapiraca, e nos vídeos que grava para seu perfil no Instagram. "Preparo um texto para cada ocasião, busco saber a história do que vou falar. Me inspiro no meu bisavô Zé do Rojão, Braúlio Bessa e outros escritores", disse.


Com um livreto pronto, seus poemas estão prestes a ganhar a versão imprensa. “Trabalho com literatura e decoração de festas. Eu sempre quis publicar um livro em homenagem ao meu bisavô, só que todas as coisas são no tempo de Deus. Iniciei a obra no ano passado, e finalizei agora, em 2023. Ainda não tenho uma data definida para o lançamento”, relatou a cordelista.


Cordel Zé do Rojão 🌵❤


Homenagem ao meu bisavô Zé do Rojão

Através do forró, da poesia e do baião

Hoje seu nome está conhecido, do litoral ao sertão


Prestem bem atenção na vida do artista

Além de cantar bem é um grande radialista

E o rádio espalhou audiência em todo seu ponto de vista.


Em todo lugar, ele espalhava alegria

Com sua voz de trovão, trazendo muita energia

Ele mora no Agreste

E o Rojão do Nordeste

É uma verdadeira folia


Grande apresentador nas rádios ele foi muito elogiado

Em Arapiraca e região, e também em outros estados

Sua voz era marcante, e sempre no rádio ele era divulgado


Além de ser um grande artista que Zé do Rojão era

Era compositor também sendo assim, naquela época

Fazia suas próprias canções e era um grande poeta


Muito tempo se passou e ele deixou um legado

Não só nas cidades, mas também nos grandes estados

Sua voz era genial e sempre era muito agitado


Falando sobre meu bisavô, tenho muito orgulho de ser neta

Quando a gente se encontrava, era sempre aquela festa,

Não vou negar que sou fã e sinto uma saudade da moléstia


Além de locutor, artista e cantor

Era um homem de bem, e um grande compositor

Além disso tudo, ele também foi vereador


Meu bisavô sempre foi um homem muito animado

Por onde passava deixava algo declamado

Com sua voz de ouro chamava muita atenção e sempre era reparado


Grande locutor, com uma voz potente

Onde chegava, alegrava toda gente

Só se via gente falando "eita, homem contente".

 
 
 

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