Jay Oliveira, a arapiraquense que cobre a Copa Mundial Feminina FIFA

Jornalista foi selecionada para fazer parte da equipe da Ronaldo TV

Arapiraca, 25 de julho de 2023

Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira feminina de futebol

Dois oceanos (Atlântico e Pacífico), cerca de 15 mil quilômetros e 12 horas de fuso separam Arapiraca (Brasil/Alagoas) de Adelaide (Austrália). Mas para a jornalista Jay Oliveira, selecionada para cobrir a Copa do Mundo Feminina FIFA pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno para sua Ronaldo TV (Instagram e Youtube), distâncias nunca foram empecilhos para seguir sua vocação.

Antes de enveredar pelo Jornalismo, a arapiraquense, filha do baiano José Oliveira, 64, e da potiguar Iracilda Oliveira, 55, trabalhou como modelo em uma época que havia pouco espaço para modelos negras.

Jay foi modelo profissional e fez trabalhos dentro e fora do país

“Eu sempre gostei de comunicação. Modelar é uma forma de se comunicar. Durante o período que modelei, fiz curso teatro para melhorar a performance. Já quando estava pensando em parar, fiz um curso de apresentadora, e isso me abriu a mente. Terminei o curso amando, mas me questionando sobre “quem produz o que eu apresento?”. E aí, eu me aproximei do jornalismo e entendi a logística. Então, resolvi cursar e não me arrependi”, disse Jay, que tem 28 anos e sempre visitou seus familiares nas férias.

“Adoro a cidade. Muito por toda a família do

meu pai, que mora nela”, afirmou Jay.

Transacionar de modelo para jornalista (se bem que sua intimidade com as câmeras mostra que essa separação vai demorar) exigiu de Jay um trabalho de autoconhecimento e confiança. Apesar do glamour embutido em ambas as profissões, cada experiência vivida foi sendo absorvida e adaptada aos novos desafios.

“Na minha época, trabalhar com moda era um pouco diferente da realidade de hoje. Agora temos diversas meninas negras, quase todas com seus cabelos crespos e cacheados sendo exaltados. Mas no meu tempo era diferente, tanto é que usei meu cabelo de forma lisa por todo o período que trabalhei como modelo, porque eles não aceitavam meu cabelo cacheado. Fiz transição assim que parei de modelar e nunca mais alisei. Porém, foi muito importante para construção de personalidade, visão de mundo e de carreira. Vivi muitas experiências legais, fiz minha primeira viagem internacional modelando, morei em cidades da Europa por conta disso e, hoje, uso muito do que aprendi naquela época, desde relação com marcas e atletas, até referências para serem executadas nas edições da Rozzeira”, contou.

A lenda Formiga, símbolo de resistência e das conquistas de todas as mulheres mo futebol foi a primeira capa da Revista Rozzeira

E tem sido a revista Rozzeira que a tem levado cada vez mais longe. Para Jay Oliveira, ter sido selecionada para cobrir os jogos da seleção da alagoana e da rainha Marta, foi recebido como validação da sua trajetória com o futebol feminino, especialmente no último ano.

A Rainha Marta, alagoana de Dois Riachos, com edições da evista de Jay Oliveira

“A Rozzeira impressa tem um ano de vida e eu já estou indo cobrir uma Copa do Mundo!!! O desafio acaba sendo mais pessoal, porque eu terei que produzir conteúdo o tempo todo. Tenho que subir vídeo novo todo dia e isso será um desafio. O que pode me ajudar é o fuso de 12 horas. A revista também é uma forma de combater o machismo. Infelizmente, mesmo parecendo clichê, é o pior dos males. Muitas pessoas que hoje trabalham com o futebol feminino vieram do masculino e reproduzem esse tipo de comportamento. É complicado, mas estamos quebrando o estereótipo aos poucos e vencendo o sistema”, destacou a arapiraquense.

A Copa do Mundo Feminina FIFA começou dia 20 e terá uma edição histórica com 32 seleções competindo em dois países: Austrália e Nova Zelândia. Jay, cujo maior sonho é apresentar um programa esportivo para viver experiências enquanto conta histórias inspiradoras (segundo ela, se for mundo a fora, melhor ainda!) tem feitos muitos gols a cada vez que se vê “escalada” para novos desafios.